O governador do Amazonas, Wilson Lima, lançou nesta quarta-feira (16/04) a Operação Cheia 2025, com o objetivo de garantir assistência imediata às populações atingidas pela cheia do rio Madeira. A primeira etapa da operação começa nesta quinta-feira (17/04), com o envio de alimentos, água potável e equipamentos de apoio humanitário para os municípios de Humaitá, Manicoré e Apuí — os três já em Situação de Emergência.
A ação foi anunciada durante reunião do Comitê Permanente de Enfrentamento a Eventos Climáticos, que atualizou os dados sobre a situação dos rios e detalhou as medidas que o governo estadual irá adotar nos próximos meses. O material será embarcado a partir do Porto do São Raimundo, em Manaus.
Ao todo, serão encaminhadas 160 toneladas de cestas básicas, 600 caixas d’água, 26 mil copos de água potável e seis sistemas purificadores do programa Água Boa. “Estamos agindo de forma antecipada. Aprendemos com a cheia de 2023 e com a grande seca de 2024. Hoje, damos uma resposta imediata para apoiar a população do interior neste momento crítico”, afirmou o governador Wilson Lima.
Além da ajuda humanitária emergencial, a operação contempla um conjunto de medidas integradas envolvendo diversas secretarias e órgãos estaduais, com ações nas áreas de saúde, agricultura, infraestrutura, defesa civil e monitoramento ambiental.
Apoio à saúde e ao setor primário
Na área da saúde, o governo estadual irá distribuir kits de calamidade contendo 107 itens essenciais, entre medicamentos e materiais voltados à Atenção Primária. Outra frente será o deslocamento do Barco Hospital São João XXIII até o município de Anamã, para atendimento médico direto à população afetada. A Secretaria de Saúde também reforçou os alertas de prevenção contra doenças como leptospirose, comuns em períodos de inundação.
Já no setor primário, a operação prevê a liberação de crédito emergencial, renegociação de dívidas e a antecipação de recursos por meio do programa Limpa Crédito da Afeam. Mais de R$ 5 milhões também serão aplicados na compra de alimentos da agricultura familiar, beneficiando cerca de 3.400 produtores e garantindo a distribuição dos produtos para instituições que atendem famílias em situação de vulnerabilidade.
Monitoramento reforçado e capacitação
Como parte das ações de vigilância, o número de estações fluviométricas em funcionamento será ampliado de 12 para 50, permitindo maior precisão na coleta de dados sobre os níveis dos rios e demais indicadores climáticos. Aplicativos como o Cota Rio e o Agente continuarão sendo utilizados para fornecer à população informações atualizadas sobre riscos e previsões.
A Defesa Civil Estadual também seguirá capacitando agentes municipais e promovendo ações de prevenção junto às prefeituras. “Esse trabalho é planejado com antecedência e executado por toda a estrutura do Estado. Nossa missão é garantir resposta rápida e eficiente, atuando lado a lado com as administrações municipais”, explicou o secretário da Defesa Civil, Francisco Máximo.
Impacto da cheia e status dos municípios
De acordo com os dados apresentados durante a reunião, cerca de 92 mil pessoas já foram afetadas pelas cheias em 2025, o que corresponde a mais de 23 mil famílias. As nove calhas hidrográficas do Amazonas estão em fase de cheia, com previsão de picos entre março e julho.
Atualmente, oito municípios decretaram Situação de Emergência, 18 estão em estado de Alerta, 25 em Atenção, e 11 seguem em condição de normalidade.
Comitê permanente e articulação federal
Criado em janeiro por decreto estadual, o Comitê Permanente de Enfrentamento a Eventos Climáticos e Ambientais é uma iniciativa do Governo do Amazonas que busca institucionalizar a resposta a fenômenos extremos, como secas e enchentes. Desde então, o grupo realiza reuniões periódicas e articulações com o Governo Federal para viabilizar apoio e recursos.
A reunião desta quarta-feira contou com a presença dos deputados estaduais João Luiz e Joana D’Arc, além de representantes de diversas pastas e órgãos envolvidos na operação.
