Os novos ministros Gleisi Hoffmann (Secretaria de Relações Institucionais) e Alexandre Padilha (Saúde) tomaram posse nesta segunda-feira (10), em cerimônia no Palácio do Planalto. Durante os discursos, ambos enfatizaram a defesa do governo Lula, o fortalecimento da democracia e o combate ao negacionismo.
Gleisi Hoffmann, agora responsável pela articulação política do governo, destacou que seu trabalho será focado na construção de alianças no Congresso. Em seu discurso, agradeceu ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), pelo papel na defesa da democracia.
“Quero aqui reconhecer o papel do ministro Alexandre de Moraes na defesa da democracia e, agora, da soberania nacional. Respeitamos e temos relações com todos, mas o Brasil é dos brasileiros e brasileiras.”
Além das questões políticas, Gleisi ressaltou a importância da cultura para preservar a memória democrática do país. Ela homenageou os artistas Walter Salles, Fernanda Torres e Selton Mello, além da equipe do filme Ainda Estou Aqui, a primeira produção brasileira a vencer um Oscar.
“Esse filme mostrou ao mundo o que significou a ditadura no Brasil.”
Combater negacionismo e ampliar vacinação
O novo ministro da Saúde, Alexandre Padilha, assumiu o cargo com um discurso contundente contra o negacionismo e em defesa das vacinas. Ele garantiu que a imunização será uma das prioridades de sua gestão.
“Na condição de ministro da Saúde, terei um inimigo contra o qual nunca recuarei: o negacionismo e as ideologias que os cercam. Negacionistas, vocês têm nas mãos o sangue dos que morreram na pandemia. Nós vamos impulsionar um amplo movimento nacional pela vacinação e defesa da vida.”
Padilha também criticou a desinformação sobre vacinas, citando como exemplo a imunização contra o HPV, que enfrentou resistência no passado.
“Diziam que a vacina contra HPV causava vários efeitos. Nós teimamos e, hoje, após dez anos, não temos nenhum jovem com esses efeitos.”
Ele reafirmou o compromisso do Brasil com organismos internacionais de saúde e a importância das parcerias globais.
“Dizer sim à OMS é dizer sim à vacinação contra poliomielite. Dizer sim à OMS é dizer sim ao programa mundial de enfrentamento às infecções sexualmente transmissíveis.”
Fortalecimento político e defesa do governo Lula
A chegada de Padilha ao Ministério da Saúde reforça a estratégia do governo de fortalecer a articulação política na Esplanada. Ex-ministro da Saúde no governo Dilma Rousseff, ele atuava como ministro das Relações Institucionais, sendo responsável pelo diálogo do Planalto com o Congresso.
Em seu discurso, Padilha ressaltou o papel do governo na reconstrução do Sistema Único de Saúde (SUS) e criticou a gestão anterior. Ele também mencionou os ataques de 8 de janeiro de 2023 e destacou a atuação do governo para preservar a democracia.
“Juntos, conseguimos impedir o golpe de 8 de janeiro, um plano sórdido que incluía o assassinato de Lula e Alckmin. Se eles tivessem tido sucesso, Lula e Alckmin não estariam aqui, este salão estaria vazio. Mas vencemos, nós ainda estamos aqui.”
O ministro enfatizou a necessidade de manter investimentos na saúde sem comprometer políticas sociais.
“Fizemos o terceiro maior ajuste fiscal, não com fome, não com sacrifício da população que mais precisa.”
Ajustes estratégicos no governo Lula
Padilha agradeceu aliados no Congresso, como Jaques Wagner, Randolfe Rodrigues, José Guimarães, Arthur Lira, Rodrigo Pacheco e Davi Alcolumbre, destacando a importância do apoio político para a viabilização de projetos.
A nomeação de Padilha faz parte de um ajuste estratégico do governo Lula, que busca ministros mais ativos na comunicação e na defesa da gestão. A saída de Nísia Trindade do Ministério da Saúde reflete esse movimento, em que Lula pretende fortalecer sua equipe para um embate eleitoral acirrado em 2026.
(*) Com informações do G1