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Bolsonaro, Braga Netto e mais 35 são indiciados em inquérito sobre tentativa de golpe de estado

A Polícia Federal indiciou, nesta quinta-feira (21), o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e ex-integrantes de seu governo por crimes como abolição violenta do estado democrático de direito, tentativa de golpe de estado e participação em organização criminosa.

O indiciamento faz parte do inquérito que investiga a tentativa de golpe de estado para garantir que Bolsonaro permanecesse no poder, mesmo após a derrota nas eleições de 2022 para Lula (PT).

O relatório final do inquérito, com mais de 800 páginas, foi concluído no início da tarde e será entregue ao Supremo Tribunal Federal (STF).

Agora, cabe à Procuradoria Geral da República (PGR) decidir se apresentará a denúncia contra os indiciados, e ao STF julgar a acusação.

Além de Bolsonaro, foram indiciados o general Augusto Heleno, ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), o general Braga Netto, ex-ministro da Casa Civil e da Defesa, além de candidato a vice na chapa derrotada nas eleições de 2022, o delegado Alexandre Ramagem, ex-presidente da ABIN (Agência Brasileira de Inteligência), e Valdemar da Costa Neto, presidente do PL, partido de Bolsonaro.

Confira as penas previstas para os crimes mencionados:

  • Golpe de estado: de 4 a 12 anos de prisão;
  • Abolição violenta do Estado Democrático de Direito: de 4 a 8 anos de prisão;
  • Participação em organização criminosa: de 3 a 8 anos de prisão.

Plano golpista

A Polícia Federal investiga uma organização que planejava matar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) e o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). O objetivo era dar um golpe de Estado e manter Bolsonaro na Presidência.

Relatório da PF mostra que a organização, formada por quatro militares de alta patente e um policial federal, cogitou envenenar Lula e Moraes. Artefatos explosivos também foram considerados.

Na operação, a PF obteve mensagens do tenente-coronel Mauro Cid, que era ajudante de ordens de Bolsonaro à época. Nas mensagens, Cid afirma que o então presidente estava sendo “pressionado” para dar um golpe por deputados e por alguns empresários do agronegócio.

Segundo apuração, o relatório da corporação concluiu que Bolsonaro tinha “pleno conhecimento” do plano golpista.

O depoimento de Mauro Cid foi o último para a Polícia Federal finalizar o inquérito que apura a trama golpista.

*Com informações do G1