Sem muita “moral” devido a seu passado recente, o vereador Diego Afonso (União Brasil) embarcou na onda do “momento” e assinou nesta semana, um requerimento para a instalação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), que pretende investigar os fatos que cercam o vídeo de um ex-funcionário do Portal O Abutre, suspeito de receber dinheiro vivo na Prefeitura de Manaus.
Segundo o próprio Diego Afonso em release divulgado no dia 22 de março deste ano, O portal “tem difamado a imagem dos vereadores e demais políticos que não compactuam com a atual gestão municipal”.
Para o parlamentar, detalhar os fatos mais escusos envolvidos nos bastidores políticos do Amazonas e nos próprios discursos, Projetos de Lei (PL), que o envolvem são considerados difamação.
Portanto, vamos relembrar aqui, ações, fatos e PLs do vereador, que veste a “couraça” de homem público ao afirmar que “o dever de todo homem público ter responsabilidade com o dinheiro do povo e prestar contas de seu uso”.
Relembre as ações feitas em favor de interesses particulares dele, que demonstram uma clara violação do Princípio da Administração Pública.
Segundo o princípio da legalidade, somente a vontade geral dos cidadãos e cidadãs deve prevalecer com intuito de valorizar a cidadania e o interesse coletivo. No entanto, o vereador legislou em causa própria ao solicitar uso da Área de Proteção Ambiental (APA) da Floresta Manaós, que segundo ele estaria “totalmente desfigurada” com a urbanização. O Projeto de Lei 582/2021, foi derrubado após pressão popular.
A proposta, aprovada na Câmara Municipal no dia 21 de junho, queria alterar a demarcação da floresta localizada no bairro Coroado, zona leste de Manaus, para a construção de um posto de combustíveis.
Postos que são uma das fontes de renda do legislador, que defendeu publicamente o resultado da CPI dos Combustíveis, feita em 2020 pela Assembleia Legislativa do Amazonas (Aleam), para apurar a prática ilícita de cartel na cidade.
A Comissão alegou dificuldade para provar a existência de cartel e devolveu a investigação para os Procons estadual e municipal, deixando a população refém dos mercenários da gasolina.
Segundo ele, à época, o que há em Manaus não seria cartel, mas sim a livre “concorrência”, que castiga o bolso dos trabalhadores, com preços altos e inconstantes, que aumentam os lucros da refinaria privatizada e engordam os bolsos de empresários do ramo.
Vale relembrar que ainda em 2020, o Conselho de Ética do diretório municipal do PDT, partido do qual ele fazia parte, pediu que ele apresentasse defesa sobre acusações que pesam contra ele como: agressão e perturbação da ordem contra sua esposa, conforme Boletim de Ocorrência (B.O.); omissão e vacância como presidente do diretório municipal; e denúncia pela prática de assistencialismo, conduta e práticas ilegais com gabinete móvel.
Agora, tire suas próprias conclusões e faça uma reflexão: o vereador tem moral para convocar uma CPI? Quais são seus interesses, além dos particulares em querer abalar um veículo de comunicação que relata, assim como outros portais, jornais e outros, todas as mazelas da sociedade.
Fonte: OABUTRE