A Justiça Federal no Amazonas decidiu manter o prefeito de Borba, Simão Peixoto, sob prisão como resultado da Operação “Voz do Poder”, que investiga desvios de recursos públicos destinados à compra de merenda escolar em 2020, durante a pandemia de Covid-19.
Simão Peixoto se entregou à Polícia Federal na última terça-feira (9) e passou por audiência de custódia nesta quarta-feira (10), presidida pela juíza Ana Paula Serizawa.
A juíza determinou que o prefeito permaneça detido em uma sala isolada de uma unidade prisional de Manaus e que a Secretaria de Administração Penitenciária (Seap) providencie uma dieta sem lactose e todos os remédios de uso contínuo necessários.
Enquanto Peixoto está sob custódia, a prefeitura de Borba enfrenta um vácuo de liderança. Essa é a segunda detenção do prefeito em menos de um ano, sendo a primeira em março de 2023, relacionada a crimes contra a vereadora Tatiana Franco dos Santo.
A Operação “Voz do Poder” teve como objetivo cumprir o mandado de prisão preventiva e incluiu ações da Polícia Federal nas cidades de Borba e Manaus. O mandado judicial também determina o afastamento do prefeito de suas funções públicas por 180 dias, junto com outras diligências para coletar provas.
As investigações revelaram irregularidades nos kits de merenda escolar fornecidos, incluindo a falta ou quantidade muito reduzida de carne de boi, ausência de charque, indícios de falsificação nos recibos de entrega e possíveis pagamentos sem comprovação documental.
A medida de prisão preventiva e o afastamento do cargo foram solicitados após evidências de uma videoconferência conduzida por Peixoto com servidores municipais intimados pela Polícia Federal. Nesse encontro, o prefeito teria oferecido assistência jurídica e fretamento de aeronave, custeados pela Prefeitura, sugerindo uma tentativa de influenciar indevidamente as testemunhas, conforme declaração da Polícia Federal.