O vice-presidente de futebol do Flamengo, Marcos Braz, foi flagrado, em vídeo, na tarde desta terça-feira (19) dando socos, pontapés e, segundo o agredido, Leandro Campos, até mordida na virilha do entregador. O dirigente e vereador não bateu sozinho. No vídeo, seu segurança particular também agride Leandro.
Braz estava em uma loja especializada em joias exclusivas, personalizadas, Pandora, no Barra Shopping, um dos mais elitizados do Rio de Janeiro. Ele tinha ido comprar um presente para sua filha, que completava 15 anos, quando foi provocado por uma dupla de torcedores que o viu entrar na Pandora.
“Aí, Marcos Braz, chega aí, nós somos torcida Jovem, dar um papo em tu, bagulho não está maneiro, não. É cobrança, isso aqui é Flamengo. Maior bagunça, tu comprando Pandora, maior desenrolo para ir para jogo, ingresso caro. Como é que a gente vai para São Paulo agora? Nós somos torcedores, isso aqui é Flamengo. Está certo o que você está fazendo? Isso aqui é cobrança”, disse o primeiro torcedor.
“Ele não vai fazer nada? Não vai tomar atitude? Os caras andando em campo. Sampaoli? Qual é, Marcos Braz, leva a sério o bagulho. Isso que você está fazendo é sacanagem com a nossa cara. 26 milhões (de reais, a renda do jogo de domingo passado) que arrecadou para quê? Vir aqui na Pandora? Nós somos povão, você está atrás da gente”, cobram.
“O que você está fazendo é sacanagem. A gente vai para São Paulo sem um puto, sem nenhum ingresso, a gente ama o Flamengo. Tem que mandar o Sampaoli meter o pé, Gabigol é outro. Isso aqui é só uma ideia para as coisas não piorar”, completou.
A partir daí há duas versões: A do entregador, que “apenas teria cobrado e xingado” o dirigente. E a de Marcos Braz, que diz que Leandro o teria ameaçado de morte.
A briga, que poderia custar o cargo de Braz, por expor a imagem do Flamengo, foi perdoada no final da noite desta terça-feira (19). Com apoio do presidente Rodolfo Landim, que comprou a ideia de que Marcos Braz foi “vítima”.
O vice-presidente geral e jurídico do Flamengo, Rodrigo Dunshee, foi à 16ª Delegacia de Polícia do Rio, onde Braz e Leandro Campos foram dar suas explicações sobre o que aconteceu no Barra Shopping.
E fez questão de dar entrevista, mostrando oficialmente a posição da direção.
Para os dirigentes, tudo foi premeditado.
“Marcos Braz foi envolvido numa perseguição, uma coisa premeditada. Há dois dias, uma torcida organizada disse que ia perseguir dirigentes e atletas do Flamengo, e a própria torcida, que falou que ia fazer, fez. Foi lá, o Marcos Braz estava com a filha dele, em uma situação totalmente constrangedora”, disse o também cartola.
“Foi ameaçada a vida dele, na frente da filha dele. Ele tomou uma reação, vocês conversem com ele, com certeza ele se sentiu muito ameaçado e acabou reagindo”, completou.
“Mas ele é a vítima dessa história. Ele vai correr atrás dessas pessoas, a polícia vai correr atrás dessas pessoas. Esse tipo de coisa, ameaça, perseguição, não pode acontecer. É crime”, acrescentou.
Foi essa a versão que Marcos Braz sustentou. Enquanto Leandro Campos negou e garantiu ter recebido socos, pontapés e a mordida.
O dirigente, que já é muito questionado na Gávea, foi protagonista da terceira cena de violência envolvendo o Flamengo nos últimos dois meses.
Em julho, o preparador fisico Pablo Fernández deu um forte soco no rosto de Pedro, depois da partida contra o Atlético Mineiro. Fernández foi demitido.
Em agosto, durante um treinamento, Gerson acertou violento direto em Varella. O uruguaio quebrou o nariz.
Os dois se submeteram a exame de corpo de delito, no Instituto Médico Legal (IML).
Fonte: D24am.