quarta-feira, 11, dezembro, 2024

adm.portalatualizado@gmail.com
(92)98474-9643

Search
Close this search box.

Fraudes na intervenção do RJ, chefiada por Braga Netto, são alvo da PF

Supostas fraudes na verba da intervenção federal do Rio de Janeiro (RJ) são alvo da Operação Perfídia, deflagrada pela Polícia Federal (PF) na manhã desta terça-feira (12/9). Na época, quem estava no cargo de interventor era o general Walter Souza Braga Netto.

A verba usada na intervenção girou em torno de R$ 1,2 bilhão. Na operação de hoje, a PF cumpre 16 mandados de busca e apreensão emitidos no Rio de Janeiro, em Minas Gerais, em São Paulo e no Distrito Federal.

A investigação visa apurar os crimes de patrocínio de contratação indevida, dispensa ilegal de licitação, corrupção ativa e passiva e organização criminosa supostamente praticados por servidores públicos federais na aquisição de 9.360 coletes balísticos. O equipamento teria um sobrepreço e envolve uma empresa norte-americana, além do Gabinete de Intervenção Federal no Rio de Janeiro (Gifrj).

O crime foi apontado, inicialmente, por autoridades norte-americanas, durante investigação sobre o assassinato do então presidente haitiano, Jovenel Moises, e o Tribunal de Contas da União (TCU) mostrou indícios de conluio entre as empresas envolvidas – segundo a Corte, elas teriam conhecimento prévio da intenção de compra dos coletes pelo GIFRJ – e estimou um valor total global do potencial sobrepreço de R$ 4.640.159,40.

O contrato com o GIFRJ foi celebrado em dezembro de 2018, no valor de mais de US$ 9,4 milhões (equivalente a R$ 40,1 mi à época). Após a suspensão do contrato pelo TCU, o valor foi estornado no dia 24 de setembro de 2019.

A diligência da Polícia Federal também investiga o conluio de duas empresas brasileiras que atuam no comércio de proteção balísticas e formam um cartel desse mercado no país.

Intervenção no RJ

A operação da PF nesta terça ocorre quatro anos após a intervenção federal no Rio, instituída depois de decreto do presidente Michel Temer (MDB-SP) por causa de uma série de arrastões e ataques em blocos de Carnaval.

Braga Netto também é ex-ministro da Defesa e da Casa Civil do governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Ele também foi candidato a vice-presidente ao lado de Bolsonaro, nas eleições do ano passado. Como militar da reserva, recebe sua aposentadoria do Exército e, segundo o Portal da Transparência, tem remuneração bruta de R$ 34,3 mil.

Em 2022, dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) revelaram que o general recebeu mais de R$ 100 mil do Partido Liberal (PL) em apenas três meses, durante a campanha eleitoral.

Braga Netto teve o sigilo telefônico quebrado, mas não é alvo de mandado de busca e apreensão.

Ex-integrantes do gabinete de intervenção rechaçaram qualquer envolvimento do general e frisaram ter cancelado a licitação dos coletes em seu nascedouro por “irregularidades no processo”.

“A situação foi solucionada pela Casa Civil do Governo Temer (CISET), a quem o GIF era subordinado à época. O relatório gerencial do TCU foi favorável às contas do GIF”, informou ex-integrante do GIF. Com informações de Metrópoles.